Crianças obesas podem desenvolver apnéia obstrutiva do sono (AOS) com menos hipertrofia adenotonsilar do que as crianças não obesas, de acordo com relato publicado no Chest.
Conquanto a hipertrofia adenotonsilar exerça um importante papel na AOS de crianças em geral, não está claro seu papel no crescente número de crianças obesas com AOS de acordo com o autor Dr. David Gozal, University of Louisville Kentucky, e colaboradores
O grupo conduziu um exame retrospectivo de achados polissonográficos em 206 crianças obesas e 206 não obesas de semelhante gravidade.
Os autores observaram uma relação direta entre escalas de tamanho de adenóides e de amídalas e índice de obstrução apnéia-hipopnéia (IOAH) em crianças não obesas, mas não em crianças obesas, sendo o tamanho adenotonsilar muito maior em crianças não obesas comparadas a crianças obesas.
Em contraste, não houve associação linear entre IMC e a escala IOAH. Houve, contudo, uma significante associação entre o IMC e a escala de Mallampati que apresentou-se significativamente maior nas crianças obesas.
Os autores escreveram que não está claro por que o excesso de gordura contribui para alterações respiratórias no sono. Contudo os achados podem sugerir que a deposição de gordura nos tecidos moles na via aérea superior é mais provável de ocorrer em um cenário de obesidade podendo contribuir para reduções do diâmetro da via aera superior facilitando a ocorrência de AOS quando na presença de hipertrofia de linfadenóide.
O autor conclui que, o tamanho das amídalas não deve ser um fator determinante no diagnóstioco de AOS. Estudos de sono devem ser conduzidos antes da definição da adenoamidalectomia para definir a presença e a gravidade da o distúrbio, sendo que em crianças obesas a cirurgia não deve ser considerada curativa.
Fonte: www.medstudents.com.br
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